Depressão: a doença mais incapacitante do século
Os dados são alarmantes, e não é para menos! A depressão é um transtorno mental que não é levado tão a sério como deveria. Vivemos numa sociedade que nos impõe padrões ideais e, na maioria das vezes, inatingíveis. Assim, surge uma pressão para correspondermos às expectativas, tanto as externas como as internas, que incidem numa urgência em sermos reconhecidos como o melhor, seja no desempenho profissional, no corpo perfeito, nas relações afetivas ou na aquisição de bens materiais. E, assim, sem avaliarmos nossos próprios limites e necessidades, seguimos tentando nos encaixar em tais modelos sociais.
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que, em 2020, a depressão seria considerada a doença mais incapacitante do mundo.
Depressão não é tristeza
Uma alteração bioquímica acontece no cérebro, o que significa que na depressão há uma alteração nos neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro.
A depressão é uma doença crônica que afeta a vida de mais de 5,5% da população mundial. (OMS)
Ficamos tristes diante de momentos difíceis da vida, como: perdas, falecimento de um ente querido, término de relacionamento, dificuldade financeira e outras diversas razões. Porém, nem toda tristeza (por mais dolorosa que seja) significar estar em depressão. Na depressão, a tristeza vem sem nenhuma razão aparente e pode durar um longo período. Além da tristeza profunda, a falta de motivação e falta de energia durante todo o dia, além de alteração de humor, de sono e libido, falta de concentração, culpa excessiva, baixa autoestima e, muitas vezes, pensamentos e desejos suicidas.
A tristeza, apesar de ser um sintoma evidente, é justamente a que mais dificulta o diagnóstico inicial, uma vez que, por ser uma emoção normal do ser humano, nem sempre é associada à depressão.
Por que as pessoas ficam depressivas?
Existem fatores genéticos que estão ligados às crises depressivas. Se algum familiar já teve depressão, isso pode influenciar o desenvolvimento da doença. Porém, a depressão não pode ser explicada unicamente por fatores biológicos.
Alguns gatilhos também podem ser considerados cruciais: acontecimentos traumáticos (morte, situações de abuso) estresse, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas e ilícitas, entre outros.
A depressão chega de mansinho, silenciosamente, através de reações comuns do nosso dia a dia como a falta de energia, confundida com cansaço, desinteresse em atividades que antes davam prazer, isolamento, pessimismo, mudanças no apetite e no sono, sentimento de inutilidade e pensamentos recorrentes de morte que, na pior das hipóteses, podem levar ao suicídio.
De maneira geral, pode acontecer em diferentes fazes da vida, especialmente em momentos marcantes, como na fase da adolescência, menopausa ou velhice.
O diagnóstico da depressão é feito por um médico, e o tratamento é feito com psicoterapia e, em alguns casos, realizado em conjunto com antidepressivos.
Depressão não é frescura
E não pode ser curada com um simples “Você está exagerando, você só tem que reagir”, pelo contrário, dizer isso a alguém depressivo pode aumentar sintomas graves, como culpa e desinteresse pela vida.
Se você se sente assim ou conhece alguém que pode estar passando por um momento depressivo, o ideal é sempre procurar ajuda de um profissional de saúde. Ele poderá avaliar os sintomas, acolher as angústias e sofrimento, e auxiliar no processo de fortalecimento para construir caminhos para lidar com todo esse sofrimento e viver uma vida significativa e feliz.